Fonte: imagem criada pelo chatGPT com prompts do redator.
Nossa tecnologia de voz evoluiu tanto que na pressa do dia, podemos esquecer que estamos falando com um robô. Hoje precisamos pensar – como diferenciar a conversa entre uma pessoa e um bot?
Redator: Heitor Augusto Colli Trebien
Estratégias para deixar mais clara a comunicação com máquinas
A tecnologia de voz se tornou parte de nosso cotidiano e hoje conseguimos manter conversas naturais com computadores. Seja por meio de assistentes virtuais ou chatbots em aplicativos, essas interações acontecem em tempo real e, muitas vezes, podem até nos fazer esquecer que estamos falando com uma máquina.
Para Craig (2020), torna-se cada vez mais essencial desenvolver recursos visuais e até sonoros que permitam distinguir o que é produzido por um sistema artificial do que é dito por um ser humano. Essa distinção ajuda a manter a clareza da conversa e evita confusões, principalmente em contextos onde a interação é rápida e contínua.
O autor comenta que uma solução prática é se inspirar no design dos aplicativos de mensagens. Usar cores diferentes, negrito ou outros elementos visuais pode tornar evidente quem está falando — se é uma pessoa ou um sistema.
Em relação a voz, existem formas de deixar a entonação mais robótica, mesmo que seja natural. Com algumas estratégias simples, mas eficazes, podemos melhorar a experiência do usuário.
Design de interfaces de voz: pensando em quem mais precisa
Quando falamos sobre interfaces de voz, pensamos em como ela pode ser conveniente e prática no dia a dia. Mas para Craig (2020), quem realmente pode se beneficiar dessas tecnologias são as pessoas com deficiências visuais.
As interfaces de voz têm o potencial de tornar nossos sistemas muito mais acessíveis. Apesar dos avanços que já conquistamos, ainda há um longo caminho a percorrer para que essa acessibilidade seja realmente universal.
Craig (2020) menciona que a função de leitura de tela, o famoso TalkBack, até oferece algum suporte, mas exige que o usuário saiba onde tocar — o que, claro, é um problema para quem não enxerga.
Em situações assim, não podemos contar com elementos visuais. Então, como criar interfaces de voz verdadeiramente intuitivas e funcionais para pessoas com deficiência?
Craig (2020) acredita que utilizar os sensores que já existem na maioria dos smartphones — como giroscópios e acelerômetros — pode ajudar nesses casos a saber detectar quando o aparelho é levantado. A partir disso, o sistema poderia acionar automaticamente um modo de acessibilidade visual e perguntar:
“O que você gostaria de fazer?” ou “Como posso ajudar?”
Com essa interação, o usuário pode responder, pedindo para fazer uma ligação, ouvir seus e-mails ou qualquer outra tarefa, sem depender de toques ou da visão.
Nesses contextos, os sinais auditivos se tornam essenciais. Aproveitando técnicas já conhecidas em assistentes virtuais, Craig (2020) defende que podemos criar interfaces de voz mais fluidas, que funcionem bem mesmo sem qualquer apoio visual.
E, claro, seguir as boas práticas do design de interfaces de voz — como o uso de linguagem natural e respostas curtas — também ajuda a tornar esses sistemas mais acessíveis e eficientes para todos.
O futuro das interfaces de voz é promissor — e inclusivo
Nossa tecnologia de voz irá avançar cada vez mais, estamos mais próximos de uma realidade em que interagir por voz será tão natural quanto usar uma interface visual.
Embora uma não substitua a outra, Craig (2020) aponta que o verdadeiro poder está na combinação das duas. O design visual e o sonoro podem — e devem — se complementar, criando experiências mais acessíveis e intuitivas para todos, inclusive para pessoas com deficiência.
A escrita, claro, também entra nessa lógica. Devemos utilizar a multiplicidade de meios de comunicação para nos fazer ser ouvidos e entendidos, seja qual for a nossa dificuldade.
O caminho ainda exige superação de desafios, mas é justamente essa disposição em inovar que permitirá à comunidade de design explorar todo o potencial das interfaces de voz. Afinal, acessibilidade e usabilidade caminham juntas rumo a um futuro mais inclusivo.
Velip, ecoando sua voz por novos caminhos.
Referência
Michael Craig. How to design for voice UI. WixStudio, 28 dez. 2020.