Redator: Heitor Augusto Colli Trebien
Oak Felder, um compositor e produtor musical turco que vive atualmente nos Estados Unidos, fez uma apresentação para o canal TED questionando se a inteligência artificial (IA) irá substituir os músicos.
Para responder essa pergunta, ele fez um teste com a plateia. Explicou que havia treinado a IA com o modelo de voz de We Ani, uma cantora que trabalha com ele.
Felder cantou o pedaço de uma música e depois subiu o seu áudio em um programa e fez com que a IA treinada com a voz da We Ani aprendesse aquele excerto. Depois, colocou a voz da cantora no lugar da sua.
O experimento consistia em descobrir qual era a voz modulada por IA e qual era a voz da própria vocalista. Rodou dois áudios e pediu para que as plateia levantasse a mão para aquele que acreditava que era a voz real da cantora.
No primeiro, uma pequena parte da plateia acreditou que era a voz da menina (e não a IA). Em relação ao segundo áudio, a maior parte acreditou que aquela era a voz real de We Ani.
Para a surpresa de todos, Felder convida a cantora em si, na segunda demonstração, para fazer a apresentação da música. No final da apresentação, o que Felder (2023) respondeu é que não importa se a IA é igual ou não a voz dos cantores, o que importa é a experiência que se tem ao ouvir uma gravação e ao ouvir a própria cantora ao vivo.
Cada uma dessas experiências é diferente, sendo assim, não devemos nos preocupar com a substituição de uma pela outra. O que Felder diz é que o artista + IA ou o produtor + IA irão substituir o profissional que não usa a ferramenta. Em outras palavras, a IA fará parte do dia a dia dos trabalhadores, que com cada vez mais frequência irão utilizar essa tecnologia para atingir seus objetivos, sejam quais forem.
Personalização e criatividade
Com o passar dos anos, a inteligência artificial se desenvolverá de modo cada vez mais personalizado. Koetsier (2020) entrevistou Edward Balassanian sobre o desenvolvimento de um aplicativo que cria músicas com auxílio da IA, o Aimi.fm.
O aplicativo, por enquanto, produz músicas do gênero eletrônico, isso porque os DJ e os produtores desenvolveram técnicas para manter o público engajado na música por horas. As pessoas costumam ouvir música eletrônica em casas de festa (baladas e raves), e a batida precisa durar por muito tempo para manter o público entretido.
Assim, a empresa treinou o aplicativo com a habilidade desses artistas e produtores, para que a tecnologia possa reproduzir esse estilo musical.
Além disso, o usuário também poderá contribuir com suas produções, e com o tempo a IA começará a processar as técnicas e o estilo do usuário, ajudando a produzir músicas de um jeito muito próprio.
Outras ferramentas e possibilidades
Zulic (2019) comenta sobre outra tecnologia criada, a AIVA – Artificial Intelligence Virtual Artist – criada com o intuito de auxiliar a criação musical de diferentes gêneros musicais. Pela sua grande capacidade de edição, a ferramenta pode ser usada não só pelos artistas, mas também por estudantes e professores em ambientes educacionais.
Com o instrumental adequado, é possível aprender sobre os diversos aspectos da música, como estilo, progressão harmônica (ou de acordes), assinatura de claves, entre outros.
Outra forma de utilizar a inteligência artificial integrada ao corpo humano foi o que a Yamaha fez em seu projeto. Eles convidaram Kaiji Moriyama, um dançarino de renome internacional, e o vestiram com uma roupa que o conectava a um piano. Seus movimentos de dança produziam o som do piano, fazendo corpo e musicalidade começarem a se fundir um ao outro.
A apresentação dessa performance foi patrocinada pela Tokyo University of the Arts e recebeu suporte musical da Berlin Philharmonic Orchestra Scharoun Ensemble (Orquestra Filarmônica de Berlim Conjunto Scharoun). Veja um pouco da performance a seguir:
Fonte: Yamaha Artificial Intelligence (AI) Transforms a Dancer into a Pianist – Full version. Publicado no YouTube em 31 jan. 2018.
A tecnologia continua sendo aperfeiçoada e melhorada, mas o objetivo é cada vez mais integrar as capacidades humanas e ampliá-las por meio da vinculação com a inteligência artificial.
Futuro
Além da música, claro, a IA poderá beneficiar diferentes áreas, considerando o som, a imagem, o texto, o movimento e quem sabe, no futuro, teremos uma plataforma com todas essas possibilidades. Na Velip, acreditamos em uma tecnologia integrada para apresentar oportunidades e perspectivas às pessoas.
Com o Velip Engage e nossos avatares, ajudamos a criar novos personagens digitais para que sua empresa possa prosperar no mundo digital com qualidade e excelência na comunicação. Pensamos no desenvolvimento interconectado entre ser humano e máquina e em um futuro de possibilidades.
Velip, ecoando sua voz por novos caminhos
Referências
FELDER, Oak. Will AI replace musicians?. TED, out. 2023. Disponível em: https://www.ted.com/talks/oak_felder_will_ai_replace_musicians?hasSummary=true. Acesso em: 11 mar. 2023.
KOETSIER, John. AI-generated music: can AI make music that’s worth listening to?. YouTube, 28 mai. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JTWNnWYGql8. Acesso em: 11 mar. 2023.
ZULIC, Harun. How AI can Change/Improve/Influence Music Composition, Performance and Education: Three Case Studies. INSAM Journal of Contemporary Music, Art and Technology, n. 2, v. I, p. 100–114, jul. 2019.