Os generalistas criativos serão a nova classe trabalhadora, na qual irão desempenhar diferentes tarefas em pequenas empresas
Redator: Heitor Augusto Colli Trebien
Atualmente, observa-se a crescente discussão de como a inteligência artificial (IA) generativa está influenciando os modos de trabalhar. Guerra (2024) cita Ian Beacraft, fundador e CEO (diretor executivo) da Signal and Cipher, uma empresa voltada para a consultoria em IA no mundo do trabalho.
Guerra menciona que uma nova classe de trabalhadores está surgindo, graças à nomenclatura que Beacraft trouxe ao público: o de generalistas criativos. São profissionais que irão aprender a manejar os diferentes recursos de IA generativa, mesmo em diferentes áreas, para gerar um resultado e melhorar a produtividade da empresa na qual trabalham.
Generalistas x Especialistas
Guerra (2024) observa que, segundo o diretor executivo Beacraft, os novos funcionários devem se especializar em múltiplas tarefas, superando a limitação de se dedicarem a um único tipo de atividade.
Outro ponto que ele explora é que nós não perderemos nossos empregos, mas iremos perder a descrição do tipo de emprego, isto é, a forma como o trabalho é descrito é que irá se transformar. Segundo Beacraft, o seu trabalho será baseado no valor que você cria para você mesmo, dentro de uma equipe, do que propriamente um conjunto de habilidades específicas pelo qual você foi contratado.
Para assistir um pedaço da palestra que ele deu à Febraban Tech, acesse este link e veja o vídeo disponível a seguir para conhecer um pouco mais sobre quem é o CEO da Signal and Cipher.
Fonte: SXSW 2024 – Billion Dollar Teams, disponível no YouTube.
Como a IA pode nos ajudar?
Hoje, torna-se essencial discutir sobre como a IA generativa pode nos ajudar a qualificar e ampliar o nosso trabalho. Para isso, precisamos buscar compreender noções básicas de como ela funciona e como ela pode nos ajudar a atingir nossos objetivos.
Um exemplo que Guerra menciona é de uma pessoa que não sabe desenhar, no entanto, ela pode utilizar as ferramentas Dall-e e Midjourney para produzir desenhos personalizados que a ajudem a criar imagens.
Empresas pequenas que não tem tantos setores nem profissionais podem se beneficiar muito disso. Por exemplo, um redator pode aproveitar esses recursos para criar imagens para os artigos do blog.
Mas será que o trabalho ficou mais fácil?
Não necessariamente. Como Guerra (2024) ao citar Beacraft ressalta, quando a calculadora foi implementada nas escolas, houve um protesto inicial. No entanto, depois que o aparelho começou a fazer parte do dia a dia, a disciplina ficou mais difícil, pois agora os estudantes precisam entender lógica. A decoreba saiu de cena e as pessoas precisam entender mais a fundo como funciona a lógica do cálculo,
Parece que o mesmo irá acontecer com o chatGPT. Ele já faz parte das nossas vidas, e com o tempo não só os estudos de matemática e programação precisarão ser aprofundados, mas os estudos de linguística também serão essenciais para compreender determinados fenômenos, por exemplo.
Para o usuário usar bem a ferramenta, ele precisará conhecer o instrumento em si e o conteúdo que ele procura. O chatGPT funciona como um espelho nosso. Nós é que oferecemos o padrão de informação a ser investigado. Por sua vez, a máquina busca padrões semelhantes para dar a informação solicitada. Com o tempo, as respostas serão cada vez melhores e mais personalizadas.
Além disso, parece que alguns tipos de trabalho tem o potencial de terem maior qualidade e serem produzidos em menos tempo e com menos esforço. E assim o futuro caminha para a digitalização e a incorporação da IA no nosso dia a dia, nas tarefas mais corriqueiras.
Referência
GUERRA, Guilherme. IA vai transformar trabalhadores em ‘generalistas criativos’. Entenda o que significa. Estadão, 15 mar. 2024.