Redator: Heitor Augusto Colli Trebien
Quem criou os humanos digitais?
Difícil responder a essa pergunta pensando em apenas uma pessoa. Parece que essa inovação vem sendo criada por um conjunto de cientistas de diferentes lugares e áreas que trabalharam com afinco para chegar a algum lugar inovador, próximo da ficção científica.
Um pouco de história das tecnologias conversacionais
Um cientista que merece destaque é Joseph Weizenbaum, o desenvolvedor de Eliza, o primeiro chatterbot conversacional lançado. Ela foi criada enquanto o pesquisador trabalhava no MIT, e sua base era o sistema de compartilhamento de tempo MAC, o que possibilitou que o ser humano pudesse conversar com uma máquina.
Segundo Weizenbaum (1965), o input, isto é, as frases ou sentenças que enviamos são analisadas com base em regras de decomposição. Isso significa que o texto é processado e ativado por palavras-chave que irão orientar a resposta (output). A geração da resposta ocorre por meio de regras de remontagem que foram associadas às regras de recomposição.
Na época, interessante destacar, Joseph elencou 5 problemas técnicos fundamentais dos quais os pesquisadores precisam se atentar para aprimorar a tecnologia, e me parece que ainda hoje esses problemas, em algum nível, persistem. Segue a lista:
- Identificação de palavras-chave para a reconstrução do texto fazer sentido;
- Descoberta de contexto mínimo para a conversa ser fluida e significativa;
- Escolha de transformações apropriadas;
- Geração de respostas na ausência de palavras-chave;
- Oferecer capacidade de edição para os scripts de ELIZA.
Como podemos observar, hoje buscamos aprimorar aquilo que foi descrito por Weizenbaum em 1965. O chatGPT é um ótimo exemplo de como conseguimos elevar as capacidades conversacionais da máquina para considerar contextos através das palavras utilizadas.
Ficcionalização dos mundos: a IA viva
Atualidade: multissemiótica
Hoje, além de ampliarmos os contextos, também agregamos diferentes mídias para a comunicação, como imagens, sons e vídeos, que consiste na integração de imagens em movimento aliado ao som. Algumas empresas se destacaram nesse processo, como a Soul Machines e a criação de digital people (pessoas ou humanos digitais). A empresa é localizada em Auckland, na Nova Zelândia.
Aqui no Brasil, temos nós da Velip. Somos uma empresa pioneira na criação e desenvolvimento de humanos digitais. Atualmente, as pesquisas de como essas ferramentas afetam a comunicação com as pessoas estão em seus anos iniciais. Nós começamos algumas pesquisas sobre como as pessoas se identificam com a imagem da pessoa digital e observamos que:
- Alguns usuários projetaram histórias e imaginaram as possíveis roupas que os humanos digitais poderiam usar em contextos diferentes, seja no âmbito profissional ou para encontros, por exemplo.
- Observamos que a expressão de afeto pode ser benéfica para a comunicação, pois as pessoas se sentem acolhidas e acreditam que o atendente digital também é competente.
- Criamos algumas narrativas para os humanos digitais, e as pessoas parecem gostar de se ver refletidas nelas. Por exemplo, uma das personagens não tinha formação mas era dedicada ao trabalho, o que reflete na maioria dos brasileiros.
Contextos
Claro, os resultados mudam de acordo com o contexto e com as múltiplas identidades que alguém pode ter. Em uma pesquisa anterior que fizemos, sobre humanos digitais no atendimento à consultoria de beleza, observamos que as pessoas também gostaram da ideia de ter um atendente que fosse formado em farmácia, pois é um tipo de profissão que está sempre presente ajudando as pessoas.
Pela sua eficiência em engajar as pessoas, diversas áreas estão pensando em adotar os humanos digitais e tecnologias conversacionais, desde a medicina, a arte e a educação. Na Velip, nos preocupamos com a humanização do robô, de modo que ele possa funcionar em cada contexto da forma mais apropriada.
O futuro promete cada vez mais avanços nos serviços comunicacionais automáticos, e a Velip estará com vocês em cada um desses momentos e lugares.
Referências das imagens utilizadas
Fonte: imagens geradas por inteligência artificial com prompts do redator. Recurso utilizado: chatGPT e Dall-e.
Referências
WEIZENBAUM, Joseph. ELIZA-A Computer Program for the Study of Natural Language Communication Between Man and Machine. Comm. ACM, v. 9, n. I, p. 36-45, jan. 1965. Disponível em: https://dl.acm.org/doi/10.1145/365153.365168. Acesso em: 21 dez. 2023.